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Revoltas e manifestações acontecem quando o povo já não consegue enxergar quem está à esquerda, e quem está à direita das suas necessidades, expectativas e sonhos.
Nestes momentos de tensão criativa e de restabelecimento da ordem, apesar do caos aparente, pouco importa quem está à esquerda ou à direita de cada parte do povo. Para o povo, nestes momentos, ninguém têm crédito para o representar. Então, há de se perceber que estes movimentos são apartidários.
Mas, tão logo o povo retome pra si a posse da hierarquia representativa do poder, são os partidos à esquerda ou à direita que serão escolhidos por ele para operacionalizar as mudanças. Então, é previsível que o povo queira falar com os partidos existentes somente depois de todos eles entenderem que eles existem é para o povo, e não o contrário.
Há de se firmar, em seguida, um compromisso moral de representatividade do poder do povo e delegado por ele. Até porque as pessoas que integram os partidos também são parte do povo.
Mas há uma tendência, dentro e pós-crise, que os partidos se enxuguem, recuperando assim a sua identidade inicial numa referência bipolar, de esquerda e direita.
Como não há mais a guerra fria, e por conseguinte a necessidade da existência dos extremos “salvadores” no cenário político internacional, é uma ótima oportunidade para todos compreenderem melhor quem eles querem que atue na defesa dos seus interesses, se é a esquerda ou a direita.
Vamos facilitar a compreensão, definindo melhor as atribuições de cada identidade partidária. Para isto, valer-me-ei de um paralelo com um carro. Nele, existem os pedais à esquerda (freio) e à direita (acelerador). Qualquer motorista habilitado sabe que para avançar no trânsito, ele precisa acelerar. E quando ele quer uma posição de defesa daquilo que ele já conseguiu andar, ele pisa no freio. Simples assim, tudo muito espontâneo e sem traumas.
Na política não é diferente, só que o partido que costuma representar os avanços é o da esquerda. E quando se precisa dar um freio para garantir a integridade daquilo que já se rodou (conquistou), é o partido de direita quem o faz, ou deve fazer.
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